Meu Master System, com pistola e óculos 3D
O Master System foi lançado
originalmente em 1985, no Japão, com o nome de Sega Mark III, e com uma
aparência bem distinta e recursos sonoros adicionais (som FM) que,
infelizmente, foram excluídos da versão ocidental. No Brasil, ele chegou em 1989, sob responsabilidade da Tec Toy. De forma geral, era graficamente
um pouco mais avançado do que o NES, um console de 1983.
Graças às agressivas políticas monopolistas
da Nintendo, que exigia exclusividade das empresas que lançassem jogos para o
NES, o Master System teve menos suporte de outras desenvolvedoras como a
Konami, a Capcom, a Data East, a Hudson Soft, a Taito etc.
Ainda assim, a Sega fez um bom
trabalho produzindo jogos de qualidade para o console, como Phantasy Star, um dos primeiros RPGs a
apresentar recursos tridimensionais, além
de boas adaptações de seus próprios clássicos
nos arcades, como Out Run, Hang On e Space Harrier, com direito a versão “3D” para
o os óculos de aspecto futurista criados pela Sega.
Para preencher as lacunas
causadas pela chave de braço da Nintendo no mercado, o jeito foi criar versões próprias
de jogos que faziam sucesso no NES, como Golden Axe Warrior (um RPG de ação diretamente
inspirado em Zelda) e Master of Darkness (no estilo Castlevania). Apesar de
diretamente inspirados nos clássicos do NES, é interessante observar que a Sega
conseguiu criar uma identidade própria para eles, com pequenas inovações na jogabilidade ou simplesmente aproveitando os recursos gráficos do Master System.
Golden Axe Warrior e Master of Darkness
A década de 1980 demarcou o início da era dos mascotes, que atingiria seu auge nos anos 1990. A Nintendo tinha Mário, um personagem que rapidamente se tornou conhecido no mundo inteiro, levando a Sega a lançar o seu próprio personagem símbolo, o Alex Kidd, um garoto de
aspecto peculiar que tinha mãos desproporcionalmente grandes e disputava partidos de “pedra, papel e tesoura” com os
chefões das fases. Um conceito bem diferente e algo ingênuo, mas que pegou bem
no Brasi com seus gráficos alegres e música acima da média. Alex Kidd foi a
cara da da Sega durante boa parte da terceira geração de vídeo games, pelo menos até Sonic ser lançado.
O Master System foi uma surpresa
pra mim. Quando a febre do Atari 2600 praticamente se extinguiu entre os meus
amigos, lá pelos idos de 1988, eu não tinha a menor ideia de que os consoles de
vídeo games seriam atualizados, mais ou menos como as TVs e os equipamentos de
som.
O “brinquedo” vídeo game tinha chegado,
sido divertido, e agora ficaria no armário, juntando poeira junto com os nossos
Ferroramas e Autoramas. Ou assim eu achava.
Contudo, no segundo semestre de
1989 eu ganhei um Master System norte-americano como presente de um parente tinha viajado a trabalho para os EUA.
Não tenho a menor ideia de porque ganhei um Master e não um NES, ou mesmo um
Atari 7800, que eram muito mais populares por lá. Talvez a propaganda de
lançamento da Tec Toy já estivesse pegando aqui no Brasil, talvez tenha sido
puro acaso ou mesmo em virtude de um preço promocional numa queima de estoque
qualquer, já que o Master tinha sido um fracasso comercial nos EUA.
Quando comecei a colecionar para o Master System, em 2014, acabei por escolher o primeiro modelo da Tec
Toy porque um exemplar igual ao que eu tinha tido estava custando inacreditáveis US$
3.000,00 (três mil dólares!) no Ebay. Aparentemente, acabou se tornando um item
“raro”, e me bateu aquela pontinha de desespero por eu ter me desfeito dele na
década de 1990. Era igual a este aqui:
Master gringo - via www.segaretro.org/
Na época, tive apenas quatro jogos, Super Futebol, Vigilante,
Alex Kidd e Shinobi, mas como o Master virou um fenômeno de vendas, sempre
tinha com quem pegar emprestado algum título, sem falar nas
locadoras de games que começavam a surgir, inicialmente como um cantinho nas
locadoras de filmes (em fitas VHS) e, posteriormente, como lojas especializadas
em jogos para várias plataformas.
Atualmente, a minha coleção é composta por aproximadamente trinta jogos, praticamente todos bem legais, sendo que alguns são excelentes: Shinobi, Power Strike II, Castle of Illusion, Alex Kidd in Shinobi World etc. A exceção são os jogos de esporte Super Futebol, Great Basketball e Great Volley, pelos quais eu nutro nostalgia, mas que na verdade são abismais.
Atualmente, a minha coleção é composta por aproximadamente trinta jogos, praticamente todos bem legais, sendo que alguns são excelentes: Shinobi, Power Strike II, Castle of Illusion, Alex Kidd in Shinobi World etc. A exceção são os jogos de esporte Super Futebol, Great Basketball e Great Volley, pelos quais eu nutro nostalgia, mas que na verdade são abismais.
De fato, na comparação com o padrão Nintendo, a “ludoteca” do Master era deficiente no gênero de esportes coletivos (futebol, basquete, vôlei etc.). Mas as coisas ficavam mais ou menos iguais por conta de “Jogos de Verão”, que ainda hoje considero um dos melhores jogos de "esportes radicais" que eu já joguei.
Os meus jogos para o Master System
Eventualmente, o Master dominou
não somente o mercado brasileiro como também o Europeu, onde a Nintendo, assim
como ocorreu com o Brasil, chegou bem atrasada. No Japão e nos Estados Unidos, ao contrário, quem chegou atrasada foi a Sega, e as vendas nunca decolaram nesses países. No Brasil, é de se destacar o excelente gerenciamento da Tec Toy, que chegou a dominar aproximadamente 80% das vendas de consoles 8 bit no país.
Do ponto de vista do colecionismo, o Master é um console relativamente barato - isto é, se você não quiser um caixa e manual. Os clássicos como Phantasy Star e Shinobi custam em média entre R$ 100,00 – 200,00. Mas se o colecionador não fizer questão de jogos completos, pode ainda encontrar algumas boas ofertas em cartuchos “loose”.
Do ponto de vista do colecionismo, o Master é um console relativamente barato - isto é, se você não quiser um caixa e manual. Os clássicos como Phantasy Star e Shinobi custam em média entre R$ 100,00 – 200,00. Mas se o colecionador não fizer questão de jogos completos, pode ainda encontrar algumas boas ofertas em cartuchos “loose”.
Looses podem ser uma boa ideia.
Em retrospecto, foi um console que ajudou a definir muito do meu gosto por jogos de estilo arcade e de ação, e com o qual eu me diverti (e me divirto) muito. Por mais que eu aprecie o Phantom System e o padrão Nintendo, a verdade é que, ainda hoje, eu prefiro o Master System. Abaixo, alguns bons jogos para o console:
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