sábado, 7 de janeiro de 2017

Minha coleção de Master System Tec Toy

Meu Master System, com pistola e óculos 3D

O Master System foi lançado originalmente em 1985, no Japão, com o nome de Sega Mark III, e com uma aparência bem distinta e recursos sonoros adicionais (som FM) que, infelizmente, foram excluídos da versão ocidental. No Brasil, ele chegou em 1989, sob responsabilidade da Tec Toy. De forma geral, era graficamente um pouco mais avançado do que o NES, um console de 1983.

Graças às agressivas políticas monopolistas da Nintendo, que exigia exclusividade das empresas que lançassem jogos para o NES, o Master System teve menos suporte de outras desenvolvedoras como a Konami, a Capcom, a Data East, a Hudson Soft, a Taito etc.

Ainda assim, a Sega fez um bom trabalho produzindo jogos de qualidade para o console, como Phantasy Star, um dos primeiros RPGs a apresentar recursos tridimensionais, além de boas adaptações de seus próprios clássicos nos arcades, como Out Run, Hang On e Space Harrier, com direito a versão “3D” para o os óculos de aspecto futurista criados pela Sega.

Para preencher as lacunas causadas pela chave de braço da Nintendo no mercado, o jeito foi criar versões próprias de jogos que faziam sucesso no NES, como Golden Axe Warrior (um RPG de ação diretamente inspirado em Zelda) e Master of Darkness (no estilo Castlevania). Apesar de diretamente inspirados nos clássicos do NES, é interessante observar que a Sega conseguiu criar uma identidade própria para eles, com pequenas inovações na jogabilidade ou simplesmente aproveitando os recursos gráficos do Master System.


  Golden Axe Warrior e Master of Darkness 

A década de 1980 demarcou o início da era dos mascotes, que atingiria seu auge nos anos 1990. A Nintendo tinha Mário, um personagem que rapidamente se tornou conhecido no mundo inteiro, levando a Sega a lançar o seu próprio personagem símbolo, o Alex Kidd, um garoto de aspecto peculiar que tinha mãos desproporcionalmente grandes e disputava partidos de “pedra, papel e tesoura” com os chefões das fases. Um conceito bem diferente e algo ingênuo, mas que pegou bem no Brasi com seus gráficos alegres e música acima da média. Alex Kidd foi a cara da da Sega durante boa parte da terceira geração de vídeo games, pelo menos até Sonic ser lançado.

O Master System foi uma surpresa pra mim. Quando a febre do Atari 2600 praticamente se extinguiu entre os meus amigos, lá pelos idos de 1988, eu não tinha a menor ideia de que os consoles de vídeo games seriam atualizados, mais ou menos como as TVs e os equipamentos de som.

O “brinquedo” vídeo game tinha chegado, sido divertido, e agora ficaria no armário, juntando poeira junto com os nossos Ferroramas e Autoramas. Ou assim eu achava.

Contudo, no segundo semestre de 1989 eu ganhei um Master System norte-americano como presente de um parente tinha viajado a trabalho para os EUA. Não tenho a menor ideia de porque ganhei um Master e não um NES, ou mesmo um Atari 7800, que eram muito mais populares por lá. Talvez a propaganda de lançamento da Tec Toy já estivesse pegando aqui no Brasil, talvez tenha sido puro acaso ou mesmo em virtude de um preço promocional numa queima de estoque qualquer, já que o Master tinha sido um fracasso comercial nos EUA.

Quando comecei a colecionar para o Master System, em 2014, acabei por escolher o primeiro modelo da Tec Toy porque um exemplar igual ao que eu tinha tido estava custando inacreditáveis US$ 3.000,00 (três mil dólares!) no Ebay. Aparentemente, acabou se tornando um item “raro”, e me bateu aquela pontinha de desespero por eu ter me desfeito dele na década de 1990. Era igual a este aqui:

Master gringo - via www.segaretro.org/

Na época, tive apenas quatro jogos, Super Futebol, Vigilante, Alex Kidd e Shinobi, mas como o Master virou um fenômeno de vendas, sempre tinha com quem pegar emprestado algum título, sem falar nas locadoras de games que começavam a surgir, inicialmente como um cantinho nas locadoras de filmes (em fitas VHS) e, posteriormente, como lojas especializadas em jogos para várias plataformas. 

Atualmente, a minha coleção é composta por aproximadamente trinta jogos, praticamente todos bem legais, sendo que alguns são excelentes: Shinobi, Power Strike II, Castle of Illusion, Alex Kidd in Shinobi World etc. A exceção são os jogos de esporte Super Futebol, Great Basketball e Great Volley, pelos quais eu nutro nostalgia, mas que na verdade são abismais.  

De fato, na comparação com o padrão Nintendo, a “ludoteca” do Master era deficiente no gênero de esportes coletivos (futebol, basquete, vôlei etc.). Mas as coisas ficavam mais ou menos iguais por conta de “Jogos de Verão”, que ainda hoje considero um dos melhores jogos de "esportes radicais" que eu já joguei. 

Os meus jogos para o Master System

Eventualmente, o Master dominou não somente o mercado brasileiro como também o Europeu, onde a Nintendo, assim como ocorreu com o Brasil, chegou bem atrasada. No Japão e nos Estados Unidos, ao contrário, quem chegou atrasada foi a Sega, e as vendas nunca decolaram nesses países. No Brasil, é de se destacar o excelente gerenciamento da Tec Toy, que chegou a dominar aproximadamente 80% das vendas de consoles 8 bit no país. 

Do ponto de vista do colecionismo, o Master é um console relativamente barato - isto é, se você não quiser um caixa e manual. Os clássicos como Phantasy Star e Shinobi custam em média entre R$ 100,00 – 200,00. Mas se o colecionador não fizer questão de jogos completos, pode ainda encontrar algumas boas ofertas em cartuchos “loose”.

Looses podem ser uma boa ideia. 

Em retrospecto, foi um console que ajudou a definir muito do meu gosto por jogos de estilo arcade e de ação, e com o qual eu me diverti (e me divirto) muito. Por mais que eu aprecie o Phantom System e o padrão Nintendo, a verdade é que, ainda hoje, eu prefiro o Master System. Abaixo, alguns bons jogos para o console:


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