sábado, 7 de janeiro de 2017

Minha coleção de Atari 2600 Polyvox

O pioneiro Atari 2600

Lançado originalmente pela Atari Corporation, nos Estados Unidos, em 1977, o Atari 2600 chegou de vez ao Brasil em 1983, pelas mãos da Polyvox, uma subsidiária da Gradiente. Foi o meu primeiro console de video game.

Ganhei ele no segundo semestre de 1986, e a minha edição não era exatamente essa que eu coleciono hoje, produzida em 1983, mas sim uma segunda edição, que trazia fonte interna e uma caixa menor.

Junto com o meu console veio o jogo Pac Man que, apesar de bastante famoso, era um port fraquinho do original lançado pela Namco para os arcades em 1980. Durante muito tempo achei que não gostava de Pac Man, quando, na verdade, eu não gostava era dessa péssima versão do Atari 2600. 

Pouco depois, ganhei também Enduro, do qual gostei muito, apesar de ter achado brutalmente difícil, e River Raid, um dos meus jogos favoritos ainda hoje. No natal daquele ano, levei ainda pra casa o controle Dynastick, produzido pela Dynacom, e que era um pouco mais preciso e confortável do que o controle original da Atari. 

Assim como ocorreu nos EUA, o Atari dominou completamente o mercado brasileiro, vencendo por larga margem seu concorrente mais direto, o Odyssey da Philips (Magnavox Odyssey 2, nos EUA). 

Forever Alone - via www.memoriabit.com.br 

Em 2010, quando descobri que vídeo games antigos eram vendidos na Internet, o primeiro console que eu busquei foi exatamente o Atari 2600 e, durante um bom par de anos, fiquei apenas com ele, sem pensar em colecionar outras plataformas. Atualmente, é bem complicado achar um aparelho completo com caixa, manuais e controles em bom estado. Quando estes aparecem, custam na faixa dos R$ 600,00 a R$ 1.000,00.  

Os jogos brasileiros, foco principal da minha coleção, são relativamente baratos, com algumas exceções por título, como "Hero", ou por fabricante, como a "Tron". Existe uma grande variedade de fabricantes, e embora eu tenha alguma predileção pelos jogos da Polyvox, também curto bastante os cartuchos não licenciados da CCE e da Dactar. 

Segundo consta, os cartuchos da CCE são até mais duráveis do que os próprios cartuchos "originais" da Polyvox. Surpreendente para uma empresa que, na época, era conhecida pela má qualidade de seus produtos eletrônicos e pelas paródias de sua sigla: "CCE - conserta, conserta e estraga" e "CCE - começou comprando errado".


Minha coleção.

A longa vida comercial do Atari 2600,  de 1977 a 1992, é uma faca de dois gumes. Por um lado, o sucesso da plataforma garantiu que praticamente todos os bons desenvolvedores do período criassem jogos para o Atari 2600. Por outro, muita porcaria foi produzida por empresas oportunistas em busca de lucro fácil e sem qualquer preocupação com a qualidade de seus produtos. 

Nos Estados Unidos, esse quadro se agravou principalmente a partir de 1982, e acabou levando a uma crise que abalaria toda a indústria de games daquele país. Foi o hoje infame "Video Game Crash" de 1983, do qual o jogo "E.T, o extraterrestre" tornou-se símbolo. Por um momento, pareceu que o mercado de consoles estava simplesmente morto. 

No Brasil, como foi visto, o Atari 2600 estava na verdade sendo lançado em 1983, e segurou as pontas quase até o lançamento dos consoles da 3ª geração, em 1989, ainda que o mercado brasileiro também tenha sido inundado por um grande volume de maus jogos. Lembro que por volta de 1988 os nossos consoles estavam todos guardados no armário, e ninguém mais da turma se interessava em jogá-los pois não apareciam mais novos jogos bons.   

Apesar disso, o Atari 2600 é um ótimo console para se jogar e colecionar. Não somente porque foi um marco na história dos games, mas porque, bem garimpado, seu catálogo de jogos revela dezenas de clássicos cuja simplicidade e diversão são cativantes ainda hoje. São realmente bons jogos, que valem a pena serem conhecidos quase 40 anos depois de terem sido produzidos - o que é certamente um feito e tanto.  

Abaixo, alguns dos meus favoritos.

Vai fundo que esses são bons

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